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  • Afonso Almeida Fernandes

Arquitetura: Um diálogo que desinstala

O valor acrescentado da arquitetura num projeto passa por isto mesmo, por um processo onde uma equipa técnica e artística, que tem o conhecimento e a experiência, pensa um espaço para quem o irá viver, personalizado para uma utilização concreta. Do outro lado, está a pessoa, família ou empresa. Sonhou o espaço, pensou durante muito tempo, tem uma ideia concreta e espera um resultado que vá ao encontro desta sua visão.




Pensar um espaço para um vivência concreta, personalizado para uma utilização particular e única, e inserido numa envolvência cultural concreta, é um verdadeiro desafio. É um desafio que a arquitetura enfrenta todos os dias, num diálogo constante, nem sempre suave, entre a equipa de profissionais e as famílias ou empresas clientes.


Mas se este é o maior desafio, é também ele o maior estímulo e paixão. Quando duas pessoas conversam e têm visões diferentes, quando estão a discutir, crescem. Crescem porque conhecem pontos de vista diferentes, que os ajudam a fundamentar as suas ideias ou, por outro lado, numa rendição, a ajustar essas ideias a uma visão evoluída. A arquitetura vive deste crescimento, deste diálogo, desta rendição por todas as partes envolvidas.


O valor acrescentado da arquitetura num projeto passa por isto mesmo, por um processo onde uma equipa técnica e artística, que tem o conhecimento e a experiência, pensa um espaço para quem o irá viver, personalizado para uma utilização concreta. Do outro lado, está a pessoa, família ou empresa. Sonhou o espaço, pensou durante muito tempo, tem uma ideia concreta e espera um resultado que vá ao encontro desta sua visão.


É neste encontro que começa um caminho longo assente num diálogo profundo. A arquitetura nasce desse diálogo, que poderá nem sempre ser apaziguador, mas termina sempre num bom projeto, porque envolve todas as partes. Por um lado, temos uma grande e enraizada noção da diferença entre o que é uma solução arquitetónica e o que é o gosto pessoal, por outro, está uma pessoa que sabe melhor do que ninguém como vai utilizar um espaço, como é que este lhe acrescenta valor e como é que vai ao encontro daquilo que espera.

No nosso atelier damos muito foco a esta concretização personalizada. Quando nos chega um cliente pronto para investir numa casa, com esta sua visão única, está numa fase muito importante da sua vida, estando prestes a realizar um dos seus maiores sonhos - o da construção de uma casa onde irá viver, a qual já vive no seu pensamento há muito tempo, chegando a altura de a partilhar com uma equipa profissional, para a sua concretização.


É sempre uma enorme etapa da vida e é um privilégio muito grande poder participar neste projetos, algo que levamos muito a sério, no sentido de valorizar o projeto de quem o pensou e sonhou. E é neste sentido que o trabalho do arquiteto tem uma componente muito humana, além de muito técnica. Um trabalho de consultoria em arquitetura que aporta valor pela proximidade ao cliente.


É neste encontro que começa um caminho longo assente num diálogo profundo. A arquitetura nasce desse diálogo, que poderá nem sempre ser apaziguador, mas termina sempre num bom projeto, porque envolve todas as partes. Por um lado, temos uma grande e enraizada noção da diferença entre o que é uma solução arquitetónica e o que é o gosto pessoal, por outro, está uma pessoa que sabe melhor do que ninguém como vai utilizar um espaço, como é que este lhe acrescenta valor e como é que vai ao encontro daquilo que espera. Falamos de uma linha muito ténue, com domínios que se entrecruzam constantemente - o que é arte, o que é técnico e o que utilização prática.


É por isso que é importante haver confiança e humildade de todas as partes. A confiança faz tudo, porque quando se entrega um projeto a uma equipa de arquitetura, uma pessoa tem de ter a noção de que está a trabalhar com profissionais técnicos, que sabem o que estão a fazer e, do outro lado, os técnicos têm de compreender que a utilização do espaço está pensado ou foi sonhado e imaginado de outra forma. Humildade é o que se espera de ambas as partes.


Este é o diálogo que falava no início. Quando há confiança mas ambas as partes são interventivas, o diálogo desinstala. Mesmo quando nos obriga a desconstruir parte do projeto, crescemos e o projeto cresce também.


Desta conversa, deste processo, deste pensar entre partes nasce um projeto que, quando é bom, tem um valor acrescentado. Não falo apenas em valor imobiliário - que claro que tem - mas de um valor que é aportado por este processo dialogante. É diferenciador como investimento, mesmo que seja um projeto pessoal, e é sempre valor acrescentado, pois tem uma pessoa que pensa em pormenor a lógica, a função e todo o conjunto de vivência da casa. É deste diálogo que desinstala que surgem soluções e formas de habitar e de viver.

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