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  • Maria Francisca Guimarães

A Arquitetura para mim é a compreensão da atualidade

Como em tudo na História, há características que se repetem, mas há uma constante evolução. Aquilo que me apaixona na arquitetura é esta mesma evolução, compreendendo a atualidade, e as suas características e imposições na forma como hoje vivemos e habitamos um espaço que é nosso.



© effekt


Ao longo da História, a forma como vivemos e habitamos cada lugar e cada espaço tem evoluído, não apenas de acordo com as necessidades da época, mas também com a cultura, hábitos de vida privada e social, e com as preocupações da população da altura.


Como em tudo na História, há características que se repetem, mas há uma constante evolução. Aquilo que me apaixona na arquitetura é esta mesma evolução, compreendendo a atualidade, e as suas características e imposições na forma como hoje vivemos e habitamos um espaço que é nosso. Se antes podíamos ver construções de múltiplos espaços, salas e quartos com ligações entre eles, divididos por longos corredores, hoje observamos uma forma de habitar e viver um espaço totalmente diferente, com um fluxo distinto e uma combinação de fatores também eles não relacionados com o passado.


A arquitetura é esta compreensão da atualidade, que vai além da construção de um abrigo, para a compreensão do Ser Humano e das suas necessidades. A arquitetura tem a capacidade de responder a cada realidade distinta, havendo abordagens diferentes consoante o modo de estar e de viver de cada pessoa, cada sociedade e cada cultura. Hoje, vemos um foco especial na necessidade de compreensão do quotidiano de cada um, das realidades e modos de estar e viver diferentes.


A organização de um espaço, incluindo a utilidade que faz da luz, da ligação com outros espaços, com as zonas circundantes e toda a cidade/região é um imperativo hoje e, mesmo este, muda consoante cada pessoa e cultura, havendo uma adaptabilidade da arquitetura que só se consegue bem sucedida, quando há uma compreensão real da atualidade e do espaço e cultura onde se insere o projeto.


Excelentes exemplos do que falo podem ser vistos nos projetos do atelier dinamarquês EFFEKT, não apenas pela preocupação com a sustentabilidade, também ela uma característica com um relevo cada vez maior nos dias que correm, mas pela aceitação das novas formas de viver e habitar. Vemos este posicionamento em projetos como o Urban Village Project, um novo modelo visionário para o desenvolvimento de casas acessíveis e habitáveis ​​para muitas pessoas que vivem em cidades por todo o mundo. O conceito deriva de uma colaboração com a SPACE10 sobre como projetar, construir e compartilhar as futuras casas, bairros e cidades. Também pode ser visto no Villa Bülowsvej, uma casa projetada como uma vila urbana para uma família com 3 filhos no coração de uma cidade dinamarquesa.


Mas as alterações que a sociedade vai vivendo consoante a sua evolução também impõem um desenvolvimento na arquitetura dos espaços comuns que cada habitante e pessoa utiliza. Também com um trabalho do atelier EFFEKT podemos ver isto mesmo, através do Tønder Midtby, um projeto abrangente para a adaptação e transformação climática dos espaços urbanos de Tønder, uma cidade histórica localizada no sul da Jutlândia, uma ilha dinamarquesa.


Mas podemos também olhar para o portfólio do próprio Almeida Fernandes Arquitetura & Design, para projetos como a Casa da Comporta, inspirada na arquitectura tradicional da zona, no Cais Palafítico da Carrasqueira, composta por sete volumes de madeira, vividos nas próprias construções como no espaço criado entre elas, numa ligação simbiótica entre o interior e exterior, luz e sombra.


Este projetos, entre muitos outros de arquitetos como Louis Kahn, Siza Vieira, Souto de Moura ou João Mendes Ribeiro vão ao encontro destes desafios, preocupando-se com a compreensão da atualidade e procurando responder às necessidades de hoje. O papel do arquiteto torna-se assim ainda mais relevante na leitura dos hábitos culturais na habitação e na forma como cada espaço é vivido no dia-a-dia.


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