Como em todas as boas perguntas, é no meio termo e no equilíbrio que conseguimos arranjar um espaço de resposta. Neste caso concreto, temos de distinguir duas questões importantes: a arquitetura enquanto projeção de um espaço de utilização e vivência, e a arquitetura enquanto obra de arte.
A questão do foco do arquiteto na conceção de um novo projeto é um tema muitas vezes falado, havendo uma aparente dicotomia entre o foco no cliente para o qual o projeto está a ser criado, e o foco na arte, cuja representação e adaptação é uma marca do próprio arquiteto.
Como qualquer profissão ou função artística, a arquitetura, quando transposta para um modelo de negócio, depara-se com estas questões: onde está o foco? O que devo priorizar? Quero um projeto à imagem das conceções criadas pelo cliente que está a querer construir a sua própria casa ou, por outro lado, um resultado final que seja representação do meu trabalho, enquanto arquiteto, das correntes artísticas que me inspiram, com a minha assinatura facilmente reconhecida?
É curioso olharmos para a arquitetura e, particularmente, para o arquiteto, e vermos como esta vertente tão técnica e matemática, coexiste com um lado artístico. É certo que em qualquer artista, sejam músicos, pintores, chefs de cozinha ou escultores, existe uma componente científica, de estudo e de aperfeiçoamento da técnica. Mas, nestes casos, sobrepõem-se o lado artístico na conceção da obra.
Como em todas as boas perguntas, é no meio termo e no equilíbrio que conseguimos arranjar um espaço de resposta. Neste caso concreto, temos de distinguir duas questões importantes: a arquitetura enquanto projeção de um espaço de utilização e vivência, e a arquitetura enquanto obra de arte.
O foco está no cliente quando nos diz o que idealizou para o projeto em particular. A forma como pensa que irá viver a construção final deve estar no centro, nomeadamente começando pelo mais básico - a dimensão, divisão do espaço ou número de assoalhadas. A forma como se concretiza, tem muito de arte, e é nela que o arquiteto se foca em seguida, buscando inspiração não apenas nesse briefing inicial, mas na envolvência, na cultura arquitetónica e até popular do espaço do que rodeia e nas próprias correntes artísticas que o inspiram nos seus trabalhos.
É curioso olharmos para a arquitetura e, particularmente, para o arquiteto, e vermos como esta vertente tão técnica e matemática, coexiste com um lado artístico. É certo que em qualquer artista, sejam músicos, pintores, chefs de cozinha ou escultores, existe uma componente científica, de estudo e de aperfeiçoamento da técnica. Mas, nestes casos, sobrepõem-se o lado artístico na conceção da obra.
Já o disse num outro artigo que o valor acrescentado da arquitetura num projeto passa por um processo onde uma equipa técnica e artística, que tem o conhecimento e a experiência, pensa um espaço para quem o irá viver, personalizado para uma utilização concreta. Do outro lado, está a pessoa, família ou empresa. Sonhou o espaço, pensou durante muito tempo, tem uma ideia concreta e espera um resultado que vá ao encontro desta sua visão.
Por isso reforço - num projeto de arquitetura, como em tantos outros projetos, é no meio e no equilíbrio que encontramos a virtude. Em primeiro lugar, a arquitetura foca-se no cliente, nas suas necessidades e no projeto que tem idealizado. Depois segue-se uma conceção artística desse plano e desse desejo. A partir daqui temos uma base de trabalho para os desenvolvimentos seguintes, que se fazem de avanços e recuos entre ambas as partes - arquiteto e cliente - tendo por base o foco naquilo que foi apresentado pelo cliente, mas na arte que o arquiteto traz consigo. Ambos os lados cedem, ambos avançam e, deste diálogo, nasce o projeto.
Já o disse num outro artigo que o valor acrescentado da arquitetura num projeto passa por um processo onde uma equipa técnica e artística, que tem o conhecimento e a experiência, pensa um espaço para quem o irá viver, personalizado para uma utilização concreta. Do outro lado, está a pessoa, família ou empresa. Sonhou o espaço, pensou durante muito tempo, tem uma ideia concreta e espera um resultado que vá ao encontro desta sua visão. Este é um desafio que a arquitetura enfrenta todos os dias, num diálogo constante, nem sempre suave, entre a equipa de profissionais e as famílias ou empresas clientes.
A arquitetura, como qualquer arte, tem a sua componente científica, a sua corrente artística, a intervenção do exterior, e a participação do que nos rodeia. O foco vai mudando ou, se quisermos, temos sempre e em simultâneo vários focos - no cliente, na arte, no projeto, na envolvência e na história. Os focos da arquitetura são no todo e nunca na parte.
Comments