Nos dias de hoje, há muita oferta de soluções para o aquecimento e arrefecimento das casas, que passam pelos materiais escolhidos no momento da construção, mas também pelos mecanismos selecionados e colocados para a utilização dos espaços.
Fotografia: Francisco Nogueira; Decor: Santo Infante
“Em Portugal a construção é má”. Esta é uma frase muitas vezes dita a propósito das casas serem quentes no verão e frias no inverno. Mas será mesmo verdade ou há outros fatores a ter em conta?
A fatura de eletricidade, por norma, é uma das que mais pesa no orçamento mensal das famílias portuguesas. Chegando aos meses quentes ou frios, é a que dispara imediatamente devido aos ares condicionados ou outro sistemas de arrefecimento e aquecimento dos espaços. A culpa recai quase sempre sobre a construção das casas.
Há um ponto prévio que é preciso ter em conta. A construção, como todas as áreas, também evolui e também se atualiza. Os materiais na construção não mudaram assim tanto dos anos 30 até agora, mantendo a base assente no betão, tijolo, estuque, cimento, pavimentos madeira ou pedra… O que mudou foi o isolamento térmico que começou a ser usado por obrigação legal.
Ao longo dos anos, a legislação tem vindo a especificar-se cada vez mais fruto do conhecimento que temos sobre diferentes materiais de construção e também porque o próprio ambiente tem vindo a sofrer alterações. Hoje, em Portugal, o clima é muito diferente do que era há uns anos. A arquitetura e construção estão em constante evolução e acompanham todas estas alterações.
Começamos por fazer paredes duplas com caixa de ar, passando mais tarde por isolamento térmico dentro dessa caixa de ar e, hoje em dia, reveste-se todo o edifício, por fora, com isolamento térmico chamado ETICS, também conhecido como capoto.
Assim, se é natural que uma casa mais antiga seja mais quente/fria em determinados meses, já não o é quando a construção é nova ou a casa antiga sofre remodelações. Já falámos dos materiais base da construção em si, na edificação das paredes, nos telhados e superfícies exteriores, e nos isolamentos que são colocados. Mas também é necessário ter em conta os acabamentos utilizados, nomeadamente janelas, e ainda sistemas de ventilação do ar interior.
As janelas, por exemplo, hoje com vidro duplo e tecnologia do próprio vidro contam com um controlo solar e acústico das próprias caixilharias, com o corte térmico. A ventilação sempre existiu e antigamente era natural, porque havia frechas entre as janelas e, hoje em dia, é forçada porque as caixilharias são estanques.
Além destas questões, para construir uma casa nova nos dias de hoje, é necessário que a mesma tenha certificação energética A, quando há uns seis anos era de B.
Concluímos que, no mercado dos dias de hoje, há muita oferta de soluções para o aquecimento e arrefecimento das casas, que passam precisamente por materiais escolhidos no momento da construção, mas também nos mecanismos selecionados e colocados para a utilização dos espaços. Podem ser soluções mais dispendiosas no início, é certo, mas são certamente mais leves na fatura do consumo energético e menos danosas para o meio ambiente.
Em todo este processo, como falamos de características técnicas e de certificações profissionais, é importante contar com ajuda de especialistas para escolher as melhores soluções para a casa em questão. Tanto os consultores energéticos como a própria equipa de arquitetura responsável pela construção ou renovação de uma habitação, devem ser consultados, e são uma importante ajuda para ter casas com todo o conforto térmico e mais económicas no que ao consumo diz respeito.
Comments